A presença de aves e outros animais silvestres nas proximidades de aeroportos – como o de Jundiaí – tem se tornado uma preocupação crescente entre autoridades aeronáuticas e ambientais. O chamado “risco de fauna” representa uma ameaça tanto à segurança das operações aéreas quanto à preservação da biodiversidade local. Colisões entre aves e aeronaves, conhecidas como bird strikes, são mais comuns do que se imagina e podem causar danos significativos aos motores e estruturas das aeronaves, além de colocar em risco a vida de passageiros e tripulantes. Em Jundiaí, apesar de não haver voos comerciais, a movimentação de voos executivos e de instrução está entre as maiores do Brasil.
Para reduzir esses riscos, a Rede VOA vem adotando uma série de medidas preventivas de manejo ambiental e mapeamento de risco, como o controle de resíduos, o monitoramento constante da fauna e o uso de tecnologias para afastar aves das rotas de decolagens e pousos. O trabalho envolve principalmente a equipe de meio ambiente e de segurança operacional, que precisam equilibrar os riscos com a preservação ambiental — um desafio que exige planejamento e ações contínuas. Nesta terça-feira (4), o CEO da Rede VOA, Marcel Moure, juntamente com a equipe técnica da concessionária, recebeu os vereadores jundiaienses para falar sobre a segurança de voo e os riscos à aviação no Aeroporto Comandante Rolim Adolfo Amaro.
“Nosso compromisso com a segurança operacional é absoluto, e um dos pontos críticos que estamos monitorando com muita atenção é o risco representado pela presença de urubus e outras aves nas proximidades do aeroporto”, comenta o CEO Marcel. “A fauna local, quando não controlada adequadamente, pode causar incidentes graves envolvendo aeronaves. Por isso, estamos trabalhando em conjunto com órgãos ambientais e autoridades aeroportuárias para implementar medidas eficazes de manejo e controle dos atrativos de fauna, garantindo o equilíbrio ecológico da região sem comprometer a segurança das operações aéreas”, completa.
Os parlamentares, por sua vez, compreenderama situação e se colocaram à disposição para encontrar soluções que aumentem a segurança no aeroporto. Desde o início de 2024, o Centro de Controle Operacional (CCO) da Rede VOA registrou, apenas no Aeroporto de Jundiaí, mais de 50 ocorrências de avistamento de fauna. As mais recorrentes foram a presença de aves nas proximidades da pista, com 25 registros, além de 21 ocorrências com avistamento de capivaras nos arredores do sítio aeroportuário.
Segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), milhares de registros de colisões com aves são feitos todos os anos no Brasil, especialmente em áreas onde há grande concentração de espécies atraídas por fontes de alimento e água.

Para trazer mais força as atividades de prevenção, em 2012 o Governo Federal sancionou uma legislação específica para o tema dando diretrizes claras sobre a responsabilidade de fiscalização das chamadas Áreas de Segurança Aeroportuária, regiões de 20 quilômetros de raio, cujos uso e ocupação estão sujeitos a restrições especiais em função da natureza atrativa de fauna, como por exemplo Instituições de preservação ambiental que possuem recintos e baias para alimentação de animais, criando condições ideais para a presença de aves de rapina como urubus, que figuram entre as espécies mais frequentemente envolvidas em incidentes.
Outro importante atrativo de fauna, principalmente de aves de rapina, é a incidência de animais mortos. Nestes casos, a carcaça jamais pode ser enterrada próxima a aeroportos: deve ser recolhida imediatamente após ser notada e o local limpo para evitar atração de outras espécies em busca de alimento para a área operacional do aeródromo. Quanto ao destino das carcaças, este pode ser de três formas: aterro sanitário, autoclave e incineração.
Toda carcaça, esteja ela contaminada por agentes patogênicos ou não, é considerada resíduo sólido classificado como Grupo A, que são, por definição, aqueles que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de ‘agentes biológicos’. Portanto, as carcaças devem ser registradas e, se necessário, realizada a coleta de material para análise de DNA e, posteriormente destinadas adequadamente, evitando-se assim o risco de contaminação do ambiente, por meio dos fluidos e secreções.
Diante de todo esse cenário, a Rede VOA mantém o seu compromisso com a segurança operacional, a sustentabilidade e o desenvolvimento regional. Nossa equipe operacional está sempre comprometida em manter o mais alto padrão de excelência em todos os serviços prestados, garantindo conforto, eficiência e segurança aos nossos passageiros. Ao mesmo tempo, temos uma preocupação constante com o meio ambiente, buscando adotar práticas sustentáveis e responsáveis que preservem os recursos naturais e contribuam para o desenvolvimento equilibrado das regiões onde atuamos”, completa o CEO Marcel Moure.
